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terça-feira, 17 de novembro de 2015

MATERIAIS QUÍMICOS NA BARRAGEM DE MARIANA

Mesmo sem ser tóxica, lama de barragem em Mariana deve prejudicar ecossistema por anos

Especialistas afirmam que danos ambientas de acidente em Minas Gerais incluem solo infértil e impactos nos rios e na fauna local de cidade.

Calcula-se que quase 23 mil piscinas olímpicas de lama foram despejadas com rompimento de barragem (Foto: REUTERS/Ricardo Moraes)

O equivalente a quase 25 mil piscinas olímpicas de lama foi despejado nas redondezas próximas à barragem que se rompeu na cidade de Mariana, em Minas Gerais.
A mineradora Semarco (responsável pelo local) garantiu que não há nada tóxico nos 62 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro liberados durante o acidente.
Mas especialistas ouvidos pela BBC Brasil afirmaram que, apesar de o material não apresentar riscos à saúde humana, ele trará danos ambientais que podem se estender por anos.
“Comparado ao mercúrio, por exemplo, esse rejeito não é tóxico, já que é formado basicamente por sílica. Ninguém vai desenvolver câncer, nada disso. O risco não é para ao ser humano, mas para o meio ambiente", disse o professor de geologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Cleuber Moraes Brito, que é consultor na área de meio ambiente e mineração.
"Essa lama avermelhada deve causar danos em todo o ecossistema da região, impactando por anos seus rios, fauna, solo e até os moradores, no sentido de que o trabalho deles, como a agricultura, pode se tornar impraticável."

Solo alterado
Os danos ao meio ambiente no entorno da barragem podem ser, a grosso modo, químicos  
ou de ordem física.

Resíduos de mineração vão alterar pH do solo (Foto: AFP PHOTO / Douglas MAGNO)

O primeiro diz respeito à desestruturação química do solo, não só pelo ferro, mas também por outros metais secundários descartados durante o processo de mineração.
Segundo Cleuber, esse solo recebe uma incorporação química anormal, já que o resíduo tem excesso de ferro, que pode alterar o pH da terra.
Já o impacto físico dos rompimentos dizem respeito à quantidade de lama - e não à composição.
"O problema não é o material em si, mas o fato de a lama ter coberto a região, soterrando a vegetação", diz Mauricio Ehrlich, professor de geotecnia da COPPE, da UFRJ.
"Esse resíduo é pobre em material orgânico, ou seja, não favorece o crescimento de vegetação. Assim, o que acontece é que essa lama vai começar a secar lentamente, criando uma capa ressecada por cima do solo, dificultando a penetração de água. E, por baixo, esse solo segue mole."
Maurício afirma ainda que, além do solo infértil, outro impacto ambiental está relacionado aos rios da região. Com o vazamento, os sedimentos vão sendo arrastados e se depositando nos trechos onde a corrente é mais fraca.

Lama também poderá ter efeitos consideráveis nos rios da região (Foto: AFP PHOTO / Douglas MAGNO)

Isso prejudica a calha dos rios, que podem ser assoreados, ficarem mais rasos ou até terem seus cursos desviados.
Outro risco é o de que muitas nascentes sejam soterradas.
Esse impacto nos recursos hídricos também afeta sua fauna, especialmente peixes e microrganismos que compõem a cadeia alimentar nos rios.
"Mudança no perfil do solo, impacto nos recursos hídricos, na fauna. Quanto tempo a natureza vai demorar para assimilar tudo isso?", questiona o geólogo da UEL.
Segundo ele, apesar de ainda ser cedo demais para se ter essa resposta, é possível dizer que um programa para resgatar a área degradada em Mariana dure cerca de 5 a 10 anos.



Os especialistas salientam que é preciso fazer um levantamento do impacto, sendo que uma das primeiras medidas reais será retirar a lama o quanto antes, especialmente por meio de escavação.

Fonte: G1 Minas Gerais
Link: http://glo.bo/1WHpkp2


































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